sábado, 23 de agosto de 2008

É muito fácil estar do outro lado. Do lado de fora.
E pedir calma, quando é a outra pessoa que sente o nervoso.
E pedir paciência. Quando é a outra pessoa que já não quer esperar.
E pedir que não julgue. Quando é a outra pessoa que já está sendo julgada.

Gosto de pessoas de verdade.
Que sentem alegria quando acertam.
Que sentem tristeza quando erram.
Que sentem as fragilidades de uma emoção.
Que sentem que ainda tem muito para aprender.

Gosto de pessoas que se entregam as suas emoções.
Por mais erradas que elas possam ser.
E por isso pagam o preço de ter seus defeitos expostos e julgados.

Gosto de pessoas que erram, que sofrem, que riem,
que dizem suas opiniões.
E me assusto com pessoas absolutamente seguras,
que distribuem conselhos prontos, respostas fechadas,
e clichês espalhados.

Gosto de pessoas que sentem de verdade.

sábado, 9 de agosto de 2008

Sinto muito a sua falta. Muito mesmo. Não me lembro da data exata da última vez que te vi, e não pude me despedir de você como eu queria. E fico pensando como seria se pudesse falar umas palavras, ouvir as suas, dizer um tchau ou um obrigada.

Mas eu me lembro de cada momento com você. Lembro do seu sorriso, lembro do tom da sua voz, eu me lembro do seu jeito de andar, da forma como você me explicava as coisas, de ter ouvir tocar piano, do seu gosto por história, por filmes e por Jazz.

Eu me lembro da sua vocação em fazer verdadeiros amigos, e da atenção que você dedicava a eles. O seu jeito de rir, a sua inteligência, seu interesse por conversar de todos os assuntos, a sua simpatia, o seu carinho.

Queria ter muito mais de você, ainda que eu saiba que tenho muito de você comigo. Em quase 11 anos de convivência aprendi tanto com você, mas sei que aprenderia muito mais, se estivesse do meu lado. Sinto saudades. E guardo as boas lembranças comigo, porque você foi um homem incrível e maravilhoso, de quem eu tenho muito orgulho.

Sinto se alguma vez eu errei. E espero que você tenha orgulho de mim, das minhas escolhas, do meu jeito de ser e de agir. Tento sempre acertar e busco a sua voz para saber o que você faria. Você é muito importante para mim. Ontem, hoje e sempre...

Obrigada por ser quem você foi e me amar tanto.

Da sua filha que te ama muito.

domingo, 3 de agosto de 2008

Dentro de uma caixinha...

Abri uma caixinha ontem a noite. Dessas que a gente guarda dentro da gente.
Uma caixinha de um assunto que eu auto-afirmei ter resolvido e esquecido.
Ela estava escondida por debaixo de outras caixas, mas nem por isso foi deixada de lado.
A caixa era pequena, mas dentro dela muitos sentimentos confusos e misturados.
E despejei tudo o que tinha dentro dela, feito criança quando esparrama seus brinquedos de uma vez, em busca do favorito. E eu em busca de uma compreensão maior do que eu mesma sinto.

Mesmo sendo pequena, existiam muitos pensamentos dentro dela. Me desfiz de todos eles, um a um. Mágoas, rancor, falsas afirmações, chateações, decepções...Admiti sentir coisas que eu não queria admitir. Percebi que tenho muito para absorver ainda, mas que muito já foi absorvido. Limpei toda ela, extrai ao máximo, e tirei ela do meu coração, de uma vez por todas.

Sem mentir para mim mesma. Com a certeza de ter aprendido muito. E com vontade de seguir a minha vida com todas as outras caixinhas que existem dentro de mim, e que me fazem bem. Agora sim, leve.