domingo, 3 de maio de 2009

Voltando do médico vim pensando com os meus botões qual é o significado da palavra recíproco que usamos tanto no nosso dia a dia. Chegando em casa peguei meu dicionário e lá estava a palavra:

adj. Que se verifica entre duas pessoas, duas coisas que atuam uma sobre a outra; mútuo: amizade recíproca.

É, parece que eu entendo bem disso. Quando adolescente via amizade como uma coisa longa, duradoura, e portanto, buscava dar o meu máximo. Gosto de manter o que eu conquistei. Muitas vezes conquistava amizades de forma rápida, com um riso, com uma conversa imediata, com um olhar de afinidade. Por outras vezes a amizade vinha com os dias, com o longo tempo de convívio, com a vontade de conhecer mais de cada um.

Pois é, como já disse, quando adolescente buscava dar o meu máximo pelas minhas amizades. Mas com tempo, percebi que às vezes o meu mínimo já era o máximo de uma pessoa. Sempre tive a consciência de que as pessoas são diferentes, e de que eu devo aceitá-las como elas são. Também tive muita dificuldade para entender isso, mas confesso, que já aprendi muito.

Percebi que muitas vezes nos dedicamos demais as pessoas que não gastam nem um décimo do seu tempo pensando na gente. Sentia por vezes minha energia indo embora ao ver que eu me preocupava tanto com alguém, e não havia retorno. De início confesso, sentia raiva, depois senti mágoa, depois decepção. Mas no fim de tudo, entendi que as pessoas são diferentes, e se dedicam de forma diferente as suas amizades e nem por isso gostam mais ou menos. Apenas não são iguais a mim.

A partir daí criei uma nova visão. Passei a ver tudo como um espelho. Reflito o que eu vejo, e reflito o que eu sinto do que vem dos outros. Não é uma maneira genérica, muito menos vingativa, de dar respostas a algumas amizades. Pelo contrário, criei a minha forma saudável de não me decepcionar.

Continuo me dedicando as minhas amizades da mesma forma adolescente de uns anos atrás. A diferença é que eu sei até aonde eu devo ir. O meu limite? É quando começa o seu. Se eu ganho um sorriso, sorrio de volta. Se recebo uma cara feia, minha cara também não será bonita. Assim como um espelho, dou cor ao que eu observo.

Tudo poderia se resumir a um ciclo besta. Se eu não avanço, a pessoa não avança. Se eu retraio, o outro se retrai. Mas não se trata disso. Eu continuo avançando. Buscando manter minhas amizades da melhor forma possível. Mas não vou ultrapassar as margens do que eu vejo, porque afinal, a amizade é uma via de mão dupla. Uma vontade mútua de querer saber da pessoa, mesmo que se encontrem 2 vezes ao ano. Um sentimendo que depende da vontade de duas pessoas.
É recíproco.

E aí, procurando a palavra amizade, encontrei:

s.f. Afeição, estima, dedicação recíproca entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente: laços de amizade.

Sei que estou fazendo a minha parte.