quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Outro dia assisti uma aula na minha pós graduação sobre budismo. E pode soar estranho, mas foi nessa matéria que eu concretizei conceitos que por anos eu vivo pensando.

Porque o mais interessante da aula não foi ouvir sobre os preceitos conhecidos do Budismo, e sim sobre as formas que eles enxergam alguns sentimentos.

Sempre defendi a idéia de que as pessoas realmente inseguras são aquelas que se fazem de segura. Aquelas que tem uma resposta pronta para qualquer problema alheio (ou até mesmo próprio), quando na verdade está mentindo para si mesma.

Existe um conceito budista que diz:

- Os inseguros: são aqueles que pensam que conseguem controlar a realidade externa.
- Os seguros: são aqueles que assumem suas inseguranças.

É engraçado eu pensar que posso me considerar uma pessoa segura. Isso porque eu sempre assumi e tentei trabalhar todas as minhas inseguranças. Sempre me considerei insegura por diversos motivos: por não comprar de imediato as minhas idéias, por ouvir demais as outras pessoas como se elas entendessem de mim melhor do que eu mesma ou ainda por acreditar que os meus defeitos são muitos e que sou uma pessoa difícil de lidar.

Mas o mais interessante é saber que, por tudo isso, por encarar minhas inseguranças de frente, eu sou mais segura do que aquelas pessoas que se dizem bem resolvidas, que tem absoluta certeza do que sentem, que para qualquer situação criam um escudo de "nada me atinge", e que se consideram donas absolutas das verdades universais. Porque são essas, as pessoas que são inseguras de fato. E se tem uma coisa que não podemos fazer é controlar a realidade externa.

E pensando mais um pouquinho, quando digo que assumo minhas inseguranças não estou dizendo que me faço de vítima. São duas coisas bem diferentes. Aceitar e mudar seus defeitos, falhas e inseguranças não significa se vitimizar ou se fazer de coitada. Porque olhar para as pessoas e dizer: "eu sou a pior pessoa do mundo e só tenho defeitos" não é perceber sua insegurança, e sim fazer teatrinho.

Compreender seus defeitos, inseguranças e problemas é um processo interno de aceitação. Mas mais do que isso, é criar uma capacidade de mudança.